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FORUM MACUA

Local destinado a discutir tudo o que se relacione com Moçambique, em particular, e os PALOP, em geral. Solicita-se o uso de uma linguagem acessível a todos em geral. Mensagens com termos ou temas inadequados serão apagadas.

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Re: Re: Re: 25 de Setembro de 1964 - CHAI - CABO DELGADO - MOÇAMBIQUE

4ª Parte

A Criança que, então tinha 8 anos, hoje é homem. E sua Mãe está viva. Mas haverão ainda mais testemunhas presenciais, inclusive no local. Eu ouvi-as e já sabia que tinha sido assim. Mas não estava lá na altura do ataque. Não o disse antes porque não estava lá.
Aliás toda esta HISTÓRIA é muito recente e ainda com muitas testemunhas vivas. Pois uma coisa é a apreciação, antecedentes, consequências, etc, e outra são factos.
Naquele tempo não havia internet...
Um abraço
Fernando Gil

Obrigado pelo esclarecimento Fernando Gil,
Agora sei que a citação foi de um senhor Chamado To Alves. Eu prefiro que as coisas sejam claras quando se trata de factos históricos.

1. O Tó Alves deve ser Português ou descendente de portugueses. Tinha 8 anos, ouviu apenas 2 rajadas de
metralhadoras....diz que ninguém morreu....
2. Eduardo Mondlane diz que não foi Pearl Harbour...mas serviu para mostrar que a frelimo podia fazer algo...
3. Alberto Chipande, Moçambicano, que era o chefe do pelotão, deu o primeiro tiro e disse que morreram 6 Portugueses
Acho que temos de alterar o conteúdo da História de Moçambique e Tó Alves deve ser citado nos livros de história.
Sobre o massacre de Mueda, mesmo que fossem 10 MOÇAMBICANOS mortos, não deixaria de ser um massacre para um povo explorado e colonizado na sua própria terra.
Fico muito desapontado quando essas declarações referem-se a "APENAS 14" pessoas. Se alguém da nossa família estivesse lá nunca iríamos admitir o termo APENAS porque independentemente do número de pessoas, eram Moçambicanos a lutarem por uma causa justa.
Vou recordar-lhe um facto actual que talvez possa fazê-lo reflectir melhor sobre os factos históricos e a veracidade dos mesmos em relação aos intervenientes.
Os EUA ocuparam o Iraque, mas se vc for a acompanhar as informações dos maiores órgãos de comunicação do mundo vai notar que eles (Os EUA) não revelam o número exacto de Americanos mortos no Iraque. Sempre têm uma tendência de diminuir o número para mostrar uma imagem "positiva" do seu desempenho.
Possivelmente em Moçambique tenham existido outros massacres, mas o massacre de Mueda marcou os Moçambicanos e ficou na História. Mesmo que fossem realmente 14 pessoas, o massacre ficou na História e foi testemunhado. Agora, se alguém quiser alterar ou acrescentar dados a História de Moçambique, que traga argumentos suficientes para convencer a uma nação inteira.
Sinceramente, não acredite que algum Português possa alterar a História de Moçambique principalmente no que se refere ao período colonial. Seria o mesmo que um Nazi vir a público dizer que Hitler não massacrou muito como dizem.
Um abraço!!
Basílio Z. Muhate

O problema é, como diz um amigo meu: Está escrito... passou a ser verdade!
E assim, muita vez, se faz a história.
Esse "alguém" que estava no local quando se deu tal acontecimento deveria escrever ao editor e ao escritor do livro e chamar-lhe mentiroso e repondo a verdade dos factos.
Além disso divulgar a sua "verdade histórica" por todos os cantos onde encontre um referência a esse livro. Não resolve mas ajuda.
Francisco

Olá Julinho.
Olá a todos.

Creio que o meu amigo Julinho, quer fazer prevalecer, a todo o custo, o que Senhor Alberto Chipande escreveu no seu relatório, pondo em dúvida o que testemunhas oculares, ainda vivas, presenciaram, só porque uma das testemunhas tinha 8 anos. Até parece que uma criança de 8 anos, só pelo simples facto de ter 8 anos e não 88 anos, não pode relatar o que viu. Não sei ao certo que idade tinham os "Miúdos" que presenciaram a Nossa Senhora de Fátima mas, depois de aturadas investigações, chegou-se à conclusão de que eram credíveis. A verdade é tão verdade se relatada por uma criança de 8 anos como quando relatada por alguém mais crescido. Se calhar o tal miúdo de 8 anos deixou de ser credível porque não é seguramente de raça negra. Se é por uma questão de raças, então estamos conversados! Não alinho em racismos.
E porque é que as testemunhas oculares haveriam de confundir as datas ou, como dizes, "situações diferentes"? Só porque elas, as testemunhas, tiveram a coragem de denunciar uma mentira?
Já agora, tu que dizes conhecer o Senhor Alberto Chipande ao ponto de acreditares nele, podes prestar um enorme SERVIÇO ao martirizado Povo Moçambicano e à sua História. E é muito simples. Basta perguntares ao Senhor em quem acreditas, os nomes das pessoas que ele diz ter abatido, no tal ataque do dia 25 de Setembro de 1964 às 21 Horas. De certeza que ele não se deve ter esquecido desse dia tão importante que passou a ser histórico. Em circunstâncias idênticas ninguém nem mesmo tu, se for verdade, se esqueceria dos nomes das pessoas abatidas.
Vou copiar e colar o teu texto para nos ajudares a compreender o que queres dizer: "...mas seria justo que até prova ao contrário, os factos descritos no livro sejam considerados verídicos." . Se bem leio, dizes que até prova em contrário... Mas caro a

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Replying to:

3ª Parte

Caro amigo
Todos os que andávamos em Cabo Delgado desde esses anos sabíamos que era assim.
Aliás recorda-se do que está escrito sobre o chamado "massacre de Moeda"?
Foram centenas de mortes, feitas pela tropa:
O próprio departamento de História da Universidade Eduardo Mondlane já há vários anos publicou um estudo que foram apenas14 pessoas. Ainda estão vivos Moçambicanos e Portugueses que lá estiveram.
Confira em
http://www.macua.com/Quantos_Morreram_em_Mueda.htm
Sendo sempre de lamentar quaisquer eventos destes, suponho ser importante que a VERDADE seja dita, para bem de todos, especialmente os que amam Moçambique.
Em relação a este facto, transcrevo:
-"Estimado Fernando Gil,
Nos não nos conhecemos pessoalmente, mas eu lembro-me de si quando era miúdo de Pto. Amélia. Eu sou irmão da Herondina (cunhado do falecido Guilhermino).
Pode publicar a minha mensagem sobre o 25 de Setembro de 1964.
Um abraço.
To Alves"
Um abraço e Viva Moçambique!
Fernando Gil

Meu caro Sr. Fernando Gil,
A HISTÓRIA nunca foi e nunca será o relato comprovado dos intervenientes nos factos. Será sempre a história que se deseja passar para a HISTÓRIA.
Este é apenas mais um caso. Não acontece unicamente em Moçambique.
A memória de um POVO, segundo os entendidos, é de apenas de DUZENTOS ANOS, ou seja, o tempo da transposição oral dos relatos dos factos da geração anterior para a geração actual.
Ainda bem que a criança de 8 anos, naquela altura no Chai, a norte de Macomia, ainda tinha o hábito de escutar sua mãe e desfrutar da transposição oral comprovada dos acontecimentos vividos pela mesma há 39 anos num dia 25 de Setembro.
(Nessa altura vivia eu em Moçambique...)
Mas... e na HISTÓRIA... o que perdurará é aquilo que se pretendeu registar.
Abraço do
Ernesto Veloso.


História de povos que se cruzaram. História em que fomos intervenientes, meninas que éramos, brincando, vivendo as despreocupações de uma infância feliz. Depois... depois... olhámos em volta, conscientes e vimos o moleque com a nossa precisa idade trabalhando, de olhos humildes postos no chão e percebemos tudo. Percebemos que não tínhamos o direito de ser tão inteiramente felizes enquanto não nos déssemos as mãos e fôssemos iguais.
O direito de o povo moçambicano escolher o seu caminho na História foi justo e era inevitável. Estive com eles, chorei com eles. Agora, resta-lhes encontrar a via certa... e, tão díficil que é, bem o sabemos... Portugal, do alto dos seus 800 anos de independência continua a procurá-la, não é? E há trabalho infantil e há maus tratos e há pedofilia e há pobreza e há corrupção e há... escreveria folhas sem fim, não era?
Beijinhos
Clara

Caro senhor Fernando Gil,
Foi interessante ler as duas passadas sobre o que se passou no Chai no dia 25 de Setembro de 1964. Obviamente um ataque a um posto administrativo não foi um acto de bravura. Não me admiro ver que a versão da Frelimo apresentada pelo malogrado Iain Christie que morreu de cancro alguns anos atrás e hoje contestada. Iain Christie, um propagandista da Frelimo, não fez investigações sobre este assunto; só escreveu o que a Frelimo disse.
A versão da história de Moçambique apresentada pela Frelimo é muito deturpada e em muitos casos baseia-se na ideologia. Veja que desenfreadamente, a Frelimo falou da capitulação das forcas armadas portuguesas em Moçambique ao malogrado comandante Marcos Mabote - um facto que todos nos sabemos não aconteceu. O conflito militar em Moçambique entre
Portugal e a Frelimo terminou com negociações e o dito Acordo de Lusaka (uma fantochada do Mário Soares e das autoridades revolucionarias da Esquerda portuguesa para entregar o poder em Moçambique aos seus companheiros ideólogos da Frelimo.)
Alguns de nos que conhecemos a Frelimo melhor o resto das pessoas, os dirigentes daquela organização são mestres de mentiras e deturpações.
Francisco Moisés

Meu caro amigo
Gostei de ler as duas versões, e a propósito lembrei-me que na mesma região, nós, os alemães e os ingleses tínhamos várias versões, algumas muito diferentes, para os mesmos episódios ( veja-se a Guerra 1914 - 1918, norte de Moçambique - ) Acontece aos que têm histórias comuns, como nas famílias. Diz a regra que será preciso passarem pelo menos 50 anos após determinada época, para se poder fazer História, e sê-lo por pessoas credenciadas e que não tenham sido intervenientes. Por isso é que também determinados arquivos só podem ser consultados após 50 anos de se terem arquivado, da morte ou do fim de determinado período. Estas 2 versões e outras irão servir para se aproximar mais da verdade, e já têm a vantagem de serem dos dois lados. Um abraço João Pessoa de Amorim

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Replying to:

2ª Parte

Pois foi.........
O início de uma longa e dolorosa luta para ambos os lados. Hoje, todos, e creio que sem excepção, compreendem a necessidade e o direito dos moçambicanos terem lutado pela libertação do seu país de um regime que a todos nos prejudicou, independentemente de muitas coisas boas que algumas pessoas possam achar, vividas ou edificadas naqueles tempos. Ninguém, creio, põe isso em questão.
Esta história é a Vida ...
É e foi a nossa História e também a história pessoal de cada um de nós...
Mas, também é e foi a História dos moçambicanos e a história pessoal de cada um deles....
Se formos capazes de compreender o ângulo de visão de cada um, a perspectiva pessoal, com genuíno desejo de compreensão, veremos que a dor das perdas é muito semelhante em todos os homens e torna-se mais fácil aceitar a nossa própria mágoa à luz de uma visão ampla dos acontecimentos históricos....

"Onde estais lugares da minha infância que nunca mais os vi e pisei?
Hoje tive um desgosto e apetece-me refugiar nas memórias do meu passado...
Iria, sim......iria à Alfredo Keil e subiria o muro ao fundo, na rua e espreitaria o quintal do chancudas e roubaria uma....não,... duas ou três mangas...Comê-las-ia devagar, sentada no muro, lembrando as nossas brincadeiras ...."Não vale!!! Batoteiro !! ..........coito!!!!!!.........Fogo à barra no lenço !!!!! " Aí vai alhooooooo"
"-Xiiiiiii a mãe do Vitinho vai lhe bater!!! já perdeu as sandálias outra vez......."
Oh Tucha!!! ( o Tuchinha já não está entre nós....)...eheheh vais dar cabo da miúda hihihihihihihhi....( o Tucha era gordo...)
Iria pela Augusto de Castilho abaixo, até à Baixa e seguiria até aos Criadores de Gado para tomar um chocoleite........será que ainda existem!? Chocoleite e torradinhas que as dos Criadores eram uma delícia! Sempre pedia isso à minha mãe, ou ao meu pai.....huuummmmmmmmmmm.....Apanhava o machimbombo e iria.....ao Alto Maé, ou à Costa do Sol ? Sei lá ...vagabundearia por aquela minha cidade e iria ver o Hotel Universo , na esquina da Pinheiro Chagas com a.......não me lembro!! Entraria no átrio do Hotel e relembraria minha avó saudosa, grande fazedora das melhores aletrias que comi e de carne assada com que nos banqueteava, quando nos seus dias de folga do Hotel ía passa-los a nossa casa.....nesse dia havia jelly de todas as cores , aletria e arroz doce e aqueles mimos que só as avós sabem dar.........." Vai lá , minha menina!1-dizia-"Vai lá à Pigalle comprar oito arrufadas, vai" Saíamos disparados já a imaginá-las quentinhas , cheias de açúcar por cima....na volta o chá à espera..."

Quem foi que me tirou isto!? Esta possibilidade de poder ir ali àqueles lugares? Já, amanhã!?

Ninguém........ é a História.......a História dos povos , das nações e....... se sobre a História dos povos e das nações pouco poder temos de a escrever a nosso contento ,sobre a nossa história pessoal podemos dizer que as escolhas são sempre nossas, porque nos pertence sempre escolher face ao imposto. Mas a escolha é nossa!! Saibamos conviver com as escolhas a que fomos "obrigados". Amén e beijos...........estou cheia de sono......
Bató

Caro Sr. Fernando Gil:
Saúde da boa; fico bem e li a sua mensagem.
Diga-me algo sobre si: Quem é e o que tem a ver com estas coisas de MOÇAMBIQUE.
Como chegou ao meu endereço e por que me enviou isto.
De certo não sabe, por isso lhe digo: Tenho sempre muito interesse em tudo o que se relaciona com a minha terra, mas... o eterno mas..., quando não há remédio, remediado está e mais, tudo isto para mim não só é triste, como pior ainda: é traumatizante.
Um abraço,
Novais

Caro Fernando Gil
A sua mensagem é muito boa e faz-nos recordar momentos históricos que marcaram o percurso de Moçambique, mas quero discordar com a última citação:
Entretanto, alguém (que conheço e identifico) que estava no Chai, nessa mesma altura, escreve ...)
--> Tudo o que vem escrito depois deste início perdeu a sua qualidade histórica porque esse ALGUEM, que estava no Chai, não foi identificado. A História não se faz de anonimatos. Nenhum anónimo ficou na História.
Agradecia que o Fernando Gil identificasse esse ALGUEM para podermos fazer história pois esse ALGUEM dá-nos informações diferentes dos intervenientes directos identificados.
Não a especulação!!!
Um abraço!!
Basílio Muhate

Amigo Fernando Gil
REALMENTE A HISTÓRIA É UMA COISA MUITO COMPLICADA! Melhor seria que não existissem testemunhas
para que a "verdade histórica" não fosse beliscada! A comemoração da independência assenta numa mentira! Boa maneira
de começar.
Não sabia desta falsidade histórica e estava convencido que o dia 25 era o dia do ataque. Afinal foi um ataquezito!
Obrigado pela informação.
Raul Ferrão

Sinto orgulho de "conhecer" pessoas assim.
Um abraço. Parabéns pelo desmentido. Sinto orgulho de "conhecer" pessoas assim.
Um abraço,
Delfina

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Replying to:

MACUA DE MOÇAMBIQUE

25 DE SETEMBRO DE 1964

CHAI – CABO DELGADO - MOÇAMBIQUE


RESUMO DE INTERVENÇÕES EM VÁRIOS SITES DA NET
Do início, para agora…
1ª Parte

Nota: Sendo este documento extenso, aconselho a sua impressão.

No livro SAMORA, UMA BIOGRAFIA, de Iain Christie, pode ler-se a pág. 63:

"A campanha começou com ataques de guerrilha na província de Cabo Delgado. A acção mais celebrada foi dirigida contra um posto administrativo português na vila do Chai. Vários ataques foram realizados nessa mesma altura, mas o único caso devidamente relatado foi a operação contra o Chai. Todas as provas disponíveis indicam que os primeiros tiros da guerra foram disparados no Chai.
Alberto Chipande, que conduziu uma dúzia de homens nesse ataque, escreveu no seu relatório:
O polícia veio e estacionou à porta da casa do chefe de posto, sentado numa cadeira. Era branco. Eu aproximei-me do polícia para o atacar. O meu tiro era o sinal para os outros camaradas atacarem. O ataque teve lugar às 21 horas. Quando ouviu os tiros, o chefe de posto abriu a porta e saiu — foi morto por um tiro. Para além dele seis outros portugueses foram mortos no primeiro ataque. A explicação dada pelas autoridades portuguesas foi «morte por acidente». Retirámos. No dia seguinte fomos perseguidos por algumas tropas — mas nesse momento já estávamos longe e não nos encontraram (').
Não foi exactamente Pearl Harbour. Alguns observadores estrangeiros eram visivelmente cínicos em relação às hipóteses de a Frelimo conseguir fosse o que fosse.
(1) Mondlane, Eduardo, The struggle for Mozambique, p.15"

Entretanto, alguém ( que conheço e identifico) que estava no Chai, nessa mesma altura, escreve:

"Completam-se hoje as 21:00 de Moçambique (20:00 em Portugal) 39 anos do primeiro ataque (oficial) da Frelimo e sua guerra de libertação do país. Foi no Chai, a norte de Macomia a escassos 10Kms do rio Messalo.
Tinha 8 anos, estava lá, assim como os meus pais, não morri... nem ninguém morreu de ambos os lados, e lembro-me de quase tudo. Tudo aquilo se resumiu a 2 rajadas de metralhadora (uma de cada lado).
Demorou 1 ou 2 minutos e depois foi a fuga dos atacantes.
A minha mãe lembra-se que nesse dia a tarde, andou uma pessoa desconhecida ali nas lojas no Chai e com umas ligaduras na perna ou no pé. Andou umas 2 horas a "passear-se" pela localidade. Veio-se a saber mais tarde que essa pessoa desconhecida andou a fazer o reconhecimento da zona.
A data, hoje em dia, é comemorada em Moçambique como Dia das Forças Armadas."

Assim se escreve a HISTÓRIA!

Um abraço
Fernando Gil

O que é isto?
Vimos de Aljubarrota, Ourique, Ceuta ou Tânger?
O dia das "nossas" Forças Armadas (??????????) é um dia de nevoeiro em Alcácer-Quibir?
Afinal há respeito ou não pela história? Ou serão estórias?
ai, ai, ai, ai.

Alô malta.

Este artigo é oportuníssimo!

A mim não me surpreende nada, absolutamente nada. Aliás, não surpreende a ninguém, sobretudo a quem esteve a prestar serviço militar nas zonas de guerra ou guerrilha, como lhe queiram chamar. Por acaso estive na zona de Macomia, Salima, Muaguide, etc., etc., junto à Serra Mapé, quando fui militar. Fui operacional e sei do que falo, fazia em média 3 operações por mês e várias picagens ( detectação de minas) por mês. (Por pura coincidência, no próximo dia 04 vai haver, em Évora, um encontro dos militares que estiveram em Muaguide). A Frelimo, militarmente, não era grande coisa, não fossem as minas.... Sempre o disse, desde quando era militar naquela zona, que se os "papéis" fossem diferentes, se fosse a tropa Portuguesa a praticar a guerra de guerrilha e a Frelimo a defender o território, a tropa Portuguesa tinha "goleado humilhantemente" a Frelimo. A Frelimo, militarmente, tendo em conta os apoios dos Russos e Chineses (incluindo homens e mulheres no território) e a boa qualidade de equipamento militar que possuía, além de conhecerem muitíssimo melhor o "terreno que pisavam" e da habituação do clima, tinha por obrigação de ter feito muito mais do que fez. A meu ver, respeitando opinião contrária, a Frelimo como força militar era um ZERO. Não havia militar que se aproveitasse, a começar pelos generais da Frelimo e a acabar nos guerrilheiros.
Se em 1964 no tal ataque que a Frelimo diz ter morto "meio-mundo" e que afinal, segundo o relato de quem lá esteve, mesmo que com a idade de 8 anos, não morreu ninguém e que só houve uma rajada e a fuga, em 1973 a guerra de guerrilha da Frelimo continuava a ser a mesma, ou seja, disparar e fugir com a arma virada para trás e "Fé em Deus". A táctica era simples e única : disparar e fugir a correr, com a arma virada para trás, e parar só quando o sol se punha.
Com o passar do tempo a História vai-se refazer. As verdades hão-de aparecer ao de cimo. A propaganda não se pode sobrepor eternamente à verdade dos factos.
É só uma questão de tempo.

Beijinhos e abraços
Salimo

Country Portugal

Re: Re: Re: Re: 25 de Setembro de 1964 - CHAI - CABO DELGADO - MOÇAMBIQUE

5ª Parte

Amigo Fernando Gil
Acredito plenamente que o sucedido tenha sido como a referida testemunha disse, assim como a existência de outras presenciais.
Mas temos de crer que se a história não é como se narra no dito livro (que não conheço) e que a mesma poderá vir a ser mal contada no futuro e criar até dissabores entre dois povos irmãos, algo está mal e estando mal, terá de ser emendado antes que se alastre.
A história, não temos dúvidas, é recente, existem testemunhas vivas desse passado e o que me confunde é a credibilidade e a aceitação do dito livro e que não é despercebido na sociedade portuguesa. Aliás diria até que provavelmente nesta comemoração em Moçambique estarão representantes portugueses e que ouvirão esta história.
Se mencionei a tenra idade na altura da testemunha (em que salvaguardo o meu respeito) e que hoje tem a minha idade, havia situações estranhas em que muitas vezes quer por boatos, quer por desconhecimentos quer até pela tensão do início da guerra, eram desviadas da sua realidade levando muitos a pensarem no pior. Imagine que um indivíduo a passear-se com ligaduras no pé ou na perna pela povoação, chama de imediato a atenção e se o ataque seria surpresa, não seria esta a melhor maneira de sondar o terreno. Mas tácticas são tácticas e cada um usa a que melhor lhe parecer.
Queria dar um exemplo de factos estranhos, no ano de 1973 se não me falha a memória, em Nova Mambone na passagem de ano correu o boato que os ditos terroristas atacariam a vila de modos que todos os de bem deveriam munir-se das suas armas e ficarem de prevenção. Mas um funcionário da Administração, Aspirante, quando solicitou uma arma foi-lhe negada por ser negro. O resultado, principalmente entre os mais novos reinou a desconfiança que o Sr. ... era também terrorista. Não nos era dada qualquer explicação pela descriminação, inclusive assisti conversa de alguns mais velhos onde se referiam ao dito que seria um infiltrado já que ocupava um bom cargo para os da sua raça. Mas o homem afinal queria cumprir com a sua obrigação na era, pois se não se manifestasse, seria considerado marginal, mas manifestando-se e perante a recusa, o sentimento foi idêntico. Não aconteceu nada, dias depois foi preso um indivíduo que estava de passagem por aquelas bandas mas como falava muitíssimo bem a língua de Camões suscitou a suspeita que seria ele o tal. Foi espancado pelo Administrador local num interrogatório e viu a dose reforçada com a chegada de Agentes da PIDE que o levaram nunca se soube para onde nem quem seria tal personagem. Mas ficou-nos na memória que um da Frelimo (seria???) tinha passado pela aquela pacata vila.
Um abraço.
JTavares

Alô Salimo
Não vou fazer qualquer comentário a tua resposta. Aliás, não é de mim querer forçar a razão, gosto de analisar incondicionalmente todos os itens para concluir o meu raciocínio.
Copio apenas esta linha
Que outras provas queres? Que sejam pessoas da raça negra a relatar o que essas pessoas viram? - Era o que faltava...
O que dizer com tudo isto? Eu acredito no Branco, no Preto, no Amarelo, no Castanho, no Cristão, no Muçulmano, no Hindú, no Budista....Não me compete desacreditar alguém pela sua raça ou religião.
Um abraço.
Julinho

Importante este testemunho para a memória de todos!
Isabel

Obrigado.
A história ainda está por contar....
Armando Cró

Caro Fernando
Me lembro de que em Moçambique quando líamos algo do Gungunhana ficávamos de pelo arrepiado só de pensar que esse "monstro" havia existido. Hoje em Moçambique, ele é um dos primeiros heróis nacionais... uma espécie de Viriato na Historia Lusitana. Que os Romanos certamente registaram na sua História com outro carácter que nós não aprenderemos nunca.
Mas tens toda a razão em dizer:"Assim se escreve a HISTÓRIA!"
A História realmente tem sempre os seus parênteses, parágrafos e travessões... usados ao gosto do Historiador (ou poder governante) E ela sempre será incompleta porque eh escrita sempre por ópticas ou pontos de vista diferentes. A omissão de informações, sejam elas por motivos políticos ou outros quaisquer, faz com que ela jamais seja completa. Por isso é bom sempre verificá-la de acordo com os escritos de todos os lados envolvidos, e no final se tirar a prova dos nove. E mesmo assim, jamais teremos a História de facto na mão. Pois o leitor também faz a sua própria interpretação.
Mas acho extremamente interessante e envolvente o tema Historia, porque nós somos parte dele. Pena que conhecer a Historia, não significa aprender com o passado. O facto do estudo do passado da Humanidade ajudar a entender certas situações actuais, continuamos a não aprender com a História, e de ciclos em ciclos repetimos exactamente o mesmo erro.
Aliás isso fazemos na nossa vidinha diária não eh? Interpretamos o nosso passado de acordo com o nosso gosto e fazemos batota na hora de fazer a prova dos nove...
Mas nem por isso deveremos deixar de dizer, e VIVA A HISTÓRIA!
Abraços
António

Eu ainda v

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4ª Parte

A Criança que, então tinha 8 anos, hoje é homem. E sua Mãe está viva. Mas haverão ainda mais testemunhas presenciais, inclusive no local. Eu ouvi-as e já sabia que tinha sido assim. Mas não estava lá na altura do ataque. Não o disse antes porque não estava lá.
Aliás toda esta HISTÓRIA é muito recente e ainda com muitas testemunhas vivas. Pois uma coisa é a apreciação, antecedentes, consequências, etc, e outra são factos.
Naquele tempo não havia internet...
Um abraço
Fernando Gil

Obrigado pelo esclarecimento Fernando Gil,
Agora sei que a citação foi de um senhor Chamado To Alves. Eu prefiro que as coisas sejam claras quando se trata de factos históricos.

1. O Tó Alves deve ser Português ou descendente de portugueses. Tinha 8 anos, ouviu apenas 2 rajadas de
metralhadoras....diz que ninguém morreu....
2. Eduardo Mondlane diz que não foi Pearl Harbour...mas serviu para mostrar que a frelimo podia fazer algo...
3. Alberto Chipande, Moçambicano, que era o chefe do pelotão, deu o primeiro tiro e disse que morreram 6 Portugueses
Acho que temos de alterar o conteúdo da História de Moçambique e Tó Alves deve ser citado nos livros de história.
Sobre o massacre de Mueda, mesmo que fossem 10 MOÇAMBICANOS mortos, não deixaria de ser um massacre para um povo explorado e colonizado na sua própria terra.
Fico muito desapontado quando essas declarações referem-se a "APENAS 14" pessoas. Se alguém da nossa família estivesse lá nunca iríamos admitir o termo APENAS porque independentemente do número de pessoas, eram Moçambicanos a lutarem por uma causa justa.
Vou recordar-lhe um facto actual que talvez possa fazê-lo reflectir melhor sobre os factos históricos e a veracidade dos mesmos em relação aos intervenientes.
Os EUA ocuparam o Iraque, mas se vc for a acompanhar as informações dos maiores órgãos de comunicação do mundo vai notar que eles (Os EUA) não revelam o número exacto de Americanos mortos no Iraque. Sempre têm uma tendência de diminuir o número para mostrar uma imagem "positiva" do seu desempenho.
Possivelmente em Moçambique tenham existido outros massacres, mas o massacre de Mueda marcou os Moçambicanos e ficou na História. Mesmo que fossem realmente 14 pessoas, o massacre ficou na História e foi testemunhado. Agora, se alguém quiser alterar ou acrescentar dados a História de Moçambique, que traga argumentos suficientes para convencer a uma nação inteira.
Sinceramente, não acredite que algum Português possa alterar a História de Moçambique principalmente no que se refere ao período colonial. Seria o mesmo que um Nazi vir a público dizer que Hitler não massacrou muito como dizem.
Um abraço!!
Basílio Z. Muhate

O problema é, como diz um amigo meu: Está escrito... passou a ser verdade!
E assim, muita vez, se faz a história.
Esse "alguém" que estava no local quando se deu tal acontecimento deveria escrever ao editor e ao escritor do livro e chamar-lhe mentiroso e repondo a verdade dos factos.
Além disso divulgar a sua "verdade histórica" por todos os cantos onde encontre um referência a esse livro. Não resolve mas ajuda.
Francisco

Olá Julinho.
Olá a todos.

Creio que o meu amigo Julinho, quer fazer prevalecer, a todo o custo, o que Senhor Alberto Chipande escreveu no seu relatório, pondo em dúvida o que testemunhas oculares, ainda vivas, presenciaram, só porque uma das testemunhas tinha 8 anos. Até parece que uma criança de 8 anos, só pelo simples facto de ter 8 anos e não 88 anos, não pode relatar o que viu. Não sei ao certo que idade tinham os "Miúdos" que presenciaram a Nossa Senhora de Fátima mas, depois de aturadas investigações, chegou-se à conclusão de que eram credíveis. A verdade é tão verdade se relatada por uma criança de 8 anos como quando relatada por alguém mais crescido. Se calhar o tal miúdo de 8 anos deixou de ser credível porque não é seguramente de raça negra. Se é por uma questão de raças, então estamos conversados! Não alinho em racismos.
E porque é que as testemunhas oculares haveriam de confundir as datas ou, como dizes, "situações diferentes"? Só porque elas, as testemunhas, tiveram a coragem de denunciar uma mentira?
Já agora, tu que dizes conhecer o Senhor Alberto Chipande ao ponto de acreditares nele, podes prestar um enorme SERVIÇO ao martirizado Povo Moçambicano e à sua História. E é muito simples. Basta perguntares ao Senhor em quem acreditas, os nomes das pessoas que ele diz ter abatido, no tal ataque do dia 25 de Setembro de 1964 às 21 Horas. De certeza que ele não se deve ter esquecido desse dia tão importante que passou a ser histórico. Em circunstâncias idênticas ninguém nem mesmo tu, se for verdade, se esqueceria dos nomes das pessoas abatidas.
Vou copiar e colar o teu texto para nos ajudares a compreender o que queres dizer: "...mas seria justo que até prova ao contrário, os factos descritos no livro sejam considerados verídicos." . Se bem leio, dizes que até prova em contrário... Mas caro a

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Replying to:

3ª Parte

Caro amigo
Todos os que andávamos em Cabo Delgado desde esses anos sabíamos que era assim.
Aliás recorda-se do que está escrito sobre o chamado "massacre de Moeda"?
Foram centenas de mortes, feitas pela tropa:
O próprio departamento de História da Universidade Eduardo Mondlane já há vários anos publicou um estudo que foram apenas14 pessoas. Ainda estão vivos Moçambicanos e Portugueses que lá estiveram.
Confira em
http://www.macua.com/Quantos_Morreram_em_Mueda.htm
Sendo sempre de lamentar quaisquer eventos destes, suponho ser importante que a VERDADE seja dita, para bem de todos, especialmente os que amam Moçambique.
Em relação a este facto, transcrevo:
-"Estimado Fernando Gil,
Nos não nos conhecemos pessoalmente, mas eu lembro-me de si quando era miúdo de Pto. Amélia. Eu sou irmão da Herondina (cunhado do falecido Guilhermino).
Pode publicar a minha mensagem sobre o 25 de Setembro de 1964.
Um abraço.
To Alves"
Um abraço e Viva Moçambique!
Fernando Gil

Meu caro Sr. Fernando Gil,
A HISTÓRIA nunca foi e nunca será o relato comprovado dos intervenientes nos factos. Será sempre a história que se deseja passar para a HISTÓRIA.
Este é apenas mais um caso. Não acontece unicamente em Moçambique.
A memória de um POVO, segundo os entendidos, é de apenas de DUZENTOS ANOS, ou seja, o tempo da transposição oral dos relatos dos factos da geração anterior para a geração actual.
Ainda bem que a criança de 8 anos, naquela altura no Chai, a norte de Macomia, ainda tinha o hábito de escutar sua mãe e desfrutar da transposição oral comprovada dos acontecimentos vividos pela mesma há 39 anos num dia 25 de Setembro.
(Nessa altura vivia eu em Moçambique...)
Mas... e na HISTÓRIA... o que perdurará é aquilo que se pretendeu registar.
Abraço do
Ernesto Veloso.


História de povos que se cruzaram. História em que fomos intervenientes, meninas que éramos, brincando, vivendo as despreocupações de uma infância feliz. Depois... depois... olhámos em volta, conscientes e vimos o moleque com a nossa precisa idade trabalhando, de olhos humildes postos no chão e percebemos tudo. Percebemos que não tínhamos o direito de ser tão inteiramente felizes enquanto não nos déssemos as mãos e fôssemos iguais.
O direito de o povo moçambicano escolher o seu caminho na História foi justo e era inevitável. Estive com eles, chorei com eles. Agora, resta-lhes encontrar a via certa... e, tão díficil que é, bem o sabemos... Portugal, do alto dos seus 800 anos de independência continua a procurá-la, não é? E há trabalho infantil e há maus tratos e há pedofilia e há pobreza e há corrupção e há... escreveria folhas sem fim, não era?
Beijinhos
Clara

Caro senhor Fernando Gil,
Foi interessante ler as duas passadas sobre o que se passou no Chai no dia 25 de Setembro de 1964. Obviamente um ataque a um posto administrativo não foi um acto de bravura. Não me admiro ver que a versão da Frelimo apresentada pelo malogrado Iain Christie que morreu de cancro alguns anos atrás e hoje contestada. Iain Christie, um propagandista da Frelimo, não fez investigações sobre este assunto; só escreveu o que a Frelimo disse.
A versão da história de Moçambique apresentada pela Frelimo é muito deturpada e em muitos casos baseia-se na ideologia. Veja que desenfreadamente, a Frelimo falou da capitulação das forcas armadas portuguesas em Moçambique ao malogrado comandante Marcos Mabote - um facto que todos nos sabemos não aconteceu. O conflito militar em Moçambique entre
Portugal e a Frelimo terminou com negociações e o dito Acordo de Lusaka (uma fantochada do Mário Soares e das autoridades revolucionarias da Esquerda portuguesa para entregar o poder em Moçambique aos seus companheiros ideólogos da Frelimo.)
Alguns de nos que conhecemos a Frelimo melhor o resto das pessoas, os dirigentes daquela organização são mestres de mentiras e deturpações.
Francisco Moisés

Meu caro amigo
Gostei de ler as duas versões, e a propósito lembrei-me que na mesma região, nós, os alemães e os ingleses tínhamos várias versões, algumas muito diferentes, para os mesmos episódios ( veja-se a Guerra 1914 - 1918, norte de Moçambique - ) Acontece aos que têm histórias comuns, como nas famílias. Diz a regra que será preciso passarem pelo menos 50 anos após determinada época, para se poder fazer História, e sê-lo por pessoas credenciadas e que não tenham sido intervenientes. Por isso é que também determinados arquivos só podem ser consultados após 50 anos de se terem arquivado, da morte ou do fim de determinado período. Estas 2 versões e outras irão servir para se aproximar mais da verdade, e já têm a vantagem de serem dos dois lados. Um abraço João Pessoa de Amorim

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Replying to:

2ª Parte

Pois foi.........
O início de uma longa e dolorosa luta para ambos os lados. Hoje, todos, e creio que sem excepção, compreendem a necessidade e o direito dos moçambicanos terem lutado pela libertação do seu país de um regime que a todos nos prejudicou, independentemente de muitas coisas boas que algumas pessoas possam achar, vividas ou edificadas naqueles tempos. Ninguém, creio, põe isso em questão.
Esta história é a Vida ...
É e foi a nossa História e também a história pessoal de cada um de nós...
Mas, também é e foi a História dos moçambicanos e a história pessoal de cada um deles....
Se formos capazes de compreender o ângulo de visão de cada um, a perspectiva pessoal, com genuíno desejo de compreensão, veremos que a dor das perdas é muito semelhante em todos os homens e torna-se mais fácil aceitar a nossa própria mágoa à luz de uma visão ampla dos acontecimentos históricos....

"Onde estais lugares da minha infância que nunca mais os vi e pisei?
Hoje tive um desgosto e apetece-me refugiar nas memórias do meu passado...
Iria, sim......iria à Alfredo Keil e subiria o muro ao fundo, na rua e espreitaria o quintal do chancudas e roubaria uma....não,... duas ou três mangas...Comê-las-ia devagar, sentada no muro, lembrando as nossas brincadeiras ...."Não vale!!! Batoteiro !! ..........coito!!!!!!.........Fogo à barra no lenço !!!!! " Aí vai alhooooooo"
"-Xiiiiiii a mãe do Vitinho vai lhe bater!!! já perdeu as sandálias outra vez......."
Oh Tucha!!! ( o Tuchinha já não está entre nós....)...eheheh vais dar cabo da miúda hihihihihihihhi....( o Tucha era gordo...)
Iria pela Augusto de Castilho abaixo, até à Baixa e seguiria até aos Criadores de Gado para tomar um chocoleite........será que ainda existem!? Chocoleite e torradinhas que as dos Criadores eram uma delícia! Sempre pedia isso à minha mãe, ou ao meu pai.....huuummmmmmmmmmm.....Apanhava o machimbombo e iria.....ao Alto Maé, ou à Costa do Sol ? Sei lá ...vagabundearia por aquela minha cidade e iria ver o Hotel Universo , na esquina da Pinheiro Chagas com a.......não me lembro!! Entraria no átrio do Hotel e relembraria minha avó saudosa, grande fazedora das melhores aletrias que comi e de carne assada com que nos banqueteava, quando nos seus dias de folga do Hotel ía passa-los a nossa casa.....nesse dia havia jelly de todas as cores , aletria e arroz doce e aqueles mimos que só as avós sabem dar.........." Vai lá , minha menina!1-dizia-"Vai lá à Pigalle comprar oito arrufadas, vai" Saíamos disparados já a imaginá-las quentinhas , cheias de açúcar por cima....na volta o chá à espera..."

Quem foi que me tirou isto!? Esta possibilidade de poder ir ali àqueles lugares? Já, amanhã!?

Ninguém........ é a História.......a História dos povos , das nações e....... se sobre a História dos povos e das nações pouco poder temos de a escrever a nosso contento ,sobre a nossa história pessoal podemos dizer que as escolhas são sempre nossas, porque nos pertence sempre escolher face ao imposto. Mas a escolha é nossa!! Saibamos conviver com as escolhas a que fomos "obrigados". Amén e beijos...........estou cheia de sono......
Bató

Caro Sr. Fernando Gil:
Saúde da boa; fico bem e li a sua mensagem.
Diga-me algo sobre si: Quem é e o que tem a ver com estas coisas de MOÇAMBIQUE.
Como chegou ao meu endereço e por que me enviou isto.
De certo não sabe, por isso lhe digo: Tenho sempre muito interesse em tudo o que se relaciona com a minha terra, mas... o eterno mas..., quando não há remédio, remediado está e mais, tudo isto para mim não só é triste, como pior ainda: é traumatizante.
Um abraço,
Novais

Caro Fernando Gil
A sua mensagem é muito boa e faz-nos recordar momentos históricos que marcaram o percurso de Moçambique, mas quero discordar com a última citação:
Entretanto, alguém (que conheço e identifico) que estava no Chai, nessa mesma altura, escreve ...)
--> Tudo o que vem escrito depois deste início perdeu a sua qualidade histórica porque esse ALGUEM, que estava no Chai, não foi identificado. A História não se faz de anonimatos. Nenhum anónimo ficou na História.
Agradecia que o Fernando Gil identificasse esse ALGUEM para podermos fazer história pois esse ALGUEM dá-nos informações diferentes dos intervenientes directos identificados.
Não a especulação!!!
Um abraço!!
Basílio Muhate

Amigo Fernando Gil
REALMENTE A HISTÓRIA É UMA COISA MUITO COMPLICADA! Melhor seria que não existissem testemunhas
para que a "verdade histórica" não fosse beliscada! A comemoração da independência assenta numa mentira! Boa maneira
de começar.
Não sabia desta falsidade histórica e estava convencido que o dia 25 era o dia do ataque. Afinal foi um ataquezito!
Obrigado pela informação.
Raul Ferrão

Sinto orgulho de "conhecer" pessoas assim.
Um abraço. Parabéns pelo desmentido. Sinto orgulho de "conhecer" pessoas assim.
Um abraço,
Delfina

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Replying to:

MACUA DE MOÇAMBIQUE

25 DE SETEMBRO DE 1964

CHAI – CABO DELGADO - MOÇAMBIQUE


RESUMO DE INTERVENÇÕES EM VÁRIOS SITES DA NET
Do início, para agora…
1ª Parte

Nota: Sendo este documento extenso, aconselho a sua impressão.

No livro SAMORA, UMA BIOGRAFIA, de Iain Christie, pode ler-se a pág. 63:

"A campanha começou com ataques de guerrilha na província de Cabo Delgado. A acção mais celebrada foi dirigida contra um posto administrativo português na vila do Chai. Vários ataques foram realizados nessa mesma altura, mas o único caso devidamente relatado foi a operação contra o Chai. Todas as provas disponíveis indicam que os primeiros tiros da guerra foram disparados no Chai.
Alberto Chipande, que conduziu uma dúzia de homens nesse ataque, escreveu no seu relatório:
O polícia veio e estacionou à porta da casa do chefe de posto, sentado numa cadeira. Era branco. Eu aproximei-me do polícia para o atacar. O meu tiro era o sinal para os outros camaradas atacarem. O ataque teve lugar às 21 horas. Quando ouviu os tiros, o chefe de posto abriu a porta e saiu — foi morto por um tiro. Para além dele seis outros portugueses foram mortos no primeiro ataque. A explicação dada pelas autoridades portuguesas foi «morte por acidente». Retirámos. No dia seguinte fomos perseguidos por algumas tropas — mas nesse momento já estávamos longe e não nos encontraram (').
Não foi exactamente Pearl Harbour. Alguns observadores estrangeiros eram visivelmente cínicos em relação às hipóteses de a Frelimo conseguir fosse o que fosse.
(1) Mondlane, Eduardo, The struggle for Mozambique, p.15"

Entretanto, alguém ( que conheço e identifico) que estava no Chai, nessa mesma altura, escreve:

"Completam-se hoje as 21:00 de Moçambique (20:00 em Portugal) 39 anos do primeiro ataque (oficial) da Frelimo e sua guerra de libertação do país. Foi no Chai, a norte de Macomia a escassos 10Kms do rio Messalo.
Tinha 8 anos, estava lá, assim como os meus pais, não morri... nem ninguém morreu de ambos os lados, e lembro-me de quase tudo. Tudo aquilo se resumiu a 2 rajadas de metralhadora (uma de cada lado).
Demorou 1 ou 2 minutos e depois foi a fuga dos atacantes.
A minha mãe lembra-se que nesse dia a tarde, andou uma pessoa desconhecida ali nas lojas no Chai e com umas ligaduras na perna ou no pé. Andou umas 2 horas a "passear-se" pela localidade. Veio-se a saber mais tarde que essa pessoa desconhecida andou a fazer o reconhecimento da zona.
A data, hoje em dia, é comemorada em Moçambique como Dia das Forças Armadas."

Assim se escreve a HISTÓRIA!

Um abraço
Fernando Gil

O que é isto?
Vimos de Aljubarrota, Ourique, Ceuta ou Tânger?
O dia das "nossas" Forças Armadas (??????????) é um dia de nevoeiro em Alcácer-Quibir?
Afinal há respeito ou não pela história? Ou serão estórias?
ai, ai, ai, ai.

Alô malta.

Este artigo é oportuníssimo!

A mim não me surpreende nada, absolutamente nada. Aliás, não surpreende a ninguém, sobretudo a quem esteve a prestar serviço militar nas zonas de guerra ou guerrilha, como lhe queiram chamar. Por acaso estive na zona de Macomia, Salima, Muaguide, etc., etc., junto à Serra Mapé, quando fui militar. Fui operacional e sei do que falo, fazia em média 3 operações por mês e várias picagens ( detectação de minas) por mês. (Por pura coincidência, no próximo dia 04 vai haver, em Évora, um encontro dos militares que estiveram em Muaguide). A Frelimo, militarmente, não era grande coisa, não fossem as minas.... Sempre o disse, desde quando era militar naquela zona, que se os "papéis" fossem diferentes, se fosse a tropa Portuguesa a praticar a guerra de guerrilha e a Frelimo a defender o território, a tropa Portuguesa tinha "goleado humilhantemente" a Frelimo. A Frelimo, militarmente, tendo em conta os apoios dos Russos e Chineses (incluindo homens e mulheres no território) e a boa qualidade de equipamento militar que possuía, além de conhecerem muitíssimo melhor o "terreno que pisavam" e da habituação do clima, tinha por obrigação de ter feito muito mais do que fez. A meu ver, respeitando opinião contrária, a Frelimo como força militar era um ZERO. Não havia militar que se aproveitasse, a começar pelos generais da Frelimo e a acabar nos guerrilheiros.
Se em 1964 no tal ataque que a Frelimo diz ter morto "meio-mundo" e que afinal, segundo o relato de quem lá esteve, mesmo que com a idade de 8 anos, não morreu ninguém e que só houve uma rajada e a fuga, em 1973 a guerra de guerrilha da Frelimo continuava a ser a mesma, ou seja, disparar e fugir com a arma virada para trás e "Fé em Deus". A táctica era simples e única : disparar e fugir a correr, com a arma virada para trás, e parar só quando o sol se punha.
Com o passar do tempo a História vai-se refazer. As verdades hão-de aparecer ao de cimo. A propaganda não se pode sobrepor eternamente à verdade dos factos.
É só uma questão de tempo.

Beijinhos e abraços
Salimo

Country Portugal

Re: Re: Re: Re: Re: 25 de Setembro de 1964 - CHAI - CABO DELGADO - MOÇAMBIQUE

6ª Parte

Olá amigo Julinho.

Fico satisfeito por ver que afinal acabaste por reconhecer que há testemunhas vivas e credíveis que presenciaram os factos relatados e que contradizem, com toda a propriedade, o que dizem que o relatório do Sr Senhor Chipande diz sobre os acontecimentos de Chai.
A intervenção do Senhor Professor Moisés é bastante valiosa para nos ajudar a compreender o resto.
Para todos os efeitos, mesmo não concordando, gostei da tua animada intervenção.

Um grande abraço amigo
Salimo

Oi Salimo
Não sei porque dizes que eu acabei por reconhecer algo que não reconheci. Quando o fizer e se o fizer, direi. Uma parte do texto do Dr. Moisés são de certo desprezo pela Frelimo o que é natural e comum em muitos de nós que deixamos a nossa terra devido a situações criadas por este partido. Eu próprio sou um deles e por isso gostaria de repetir, não fui, não sou e não querendo cuspir para o ar, não serei jamais da Frelimo assim acontecendo o mesmo no partido em que fila o Mário de Soares (e aqui é que concordo com o Dr. Moisés quando se refere a esta figura que é da minha total repulsa). Mas isso não me obriga a desacreditar na história que se escreveu, assim como acredito na Bíblia até que alguém me prove que os factos descritos na mesma foram falsos como algumas religiões e forças (a Frelimo foi uma delas) querem fazer crer ao mundo.
Que o escritor Ian Christie tenha sido um propagandista da Frelimo, acredito, mas continuo incrédulo pela aceitação da história narrada a confirmar-se a sua falsidade. Porque não há desmentidos de credibilidade internacional, não as nossas suposições ou relatos de uma ou duas pessoas. No sábado passado estive a conversar com um amigo nosso que esteve preso nos campos de reeducação (concentração) cerca de três anos (desde 1974 a 1977), passou horrores como devem calcular e só graças a amigos que muito se esforçaram para o tirar de lá e manda-lo para Portugal e falei-lhe nessa questão do 1º. tiro e segundo ele morreram cerca de três pessoas e houve vários feridos. Este indivíduo não esteve lá nesse dia mas devido ao convívio nos tais campos com vários presos de todo o País, ouviu muitos relatos da guerra. Assim como eu e como muitos, também crê ter havido mortes e outras baixas, talvez não muitas como se pretendeu fazer crer nos discursos e mobilizações políticas que se seguiram pós guerra.
E este amigo concluiu com uma razão que é a de agora de nada nos servir e discutir este ou aquele acontecimento porque feridas há-as e muitas, ele mesmo é uma figura que percorreu vários dos tais campos de reeducação mas já não guarda rancor a ninguém pelo que passou embora jamais se esqueça. Chegou a estar com uma Kalacha encostada a cabeça a espera de ouvir o estampido que lhe livraria para sempre de tal tormento. Mas nada disso aconteceu e hoje dá Graças a Deus o estar vivo e o tempo encarregou-se de lhe aliviar dos pesadelos que teve durante muito tempo.
Talvez por isso eu me fique por aqui em relação a esta data mantendo a minha posição inicial.
Só queria dizer ao Salimo que eu e creio que a Suzana , a Quinita, Bilocas etc etc pessoas da minha família em que as nossas Avós (Mariana, Race, Rosalina) de raça negra, pretas, e de quem nunca tivemos vergonha de as ter, nós sempre acreditamos no que elas nos diziam. Daí que a palavra de um preto ou de um branco têm a mesma aceitação. De modos que tanto devo acreditar na testemunha de 8 anos que é branca como também acreditaria na de alguém preto que tivesse presenciado o tal acontecimento.
Um abraço.
Julinho

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Replying to:

5ª Parte

Amigo Fernando Gil
Acredito plenamente que o sucedido tenha sido como a referida testemunha disse, assim como a existência de outras presenciais.
Mas temos de crer que se a história não é como se narra no dito livro (que não conheço) e que a mesma poderá vir a ser mal contada no futuro e criar até dissabores entre dois povos irmãos, algo está mal e estando mal, terá de ser emendado antes que se alastre.
A história, não temos dúvidas, é recente, existem testemunhas vivas desse passado e o que me confunde é a credibilidade e a aceitação do dito livro e que não é despercebido na sociedade portuguesa. Aliás diria até que provavelmente nesta comemoração em Moçambique estarão representantes portugueses e que ouvirão esta história.
Se mencionei a tenra idade na altura da testemunha (em que salvaguardo o meu respeito) e que hoje tem a minha idade, havia situações estranhas em que muitas vezes quer por boatos, quer por desconhecimentos quer até pela tensão do início da guerra, eram desviadas da sua realidade levando muitos a pensarem no pior. Imagine que um indivíduo a passear-se com ligaduras no pé ou na perna pela povoação, chama de imediato a atenção e se o ataque seria surpresa, não seria esta a melhor maneira de sondar o terreno. Mas tácticas são tácticas e cada um usa a que melhor lhe parecer.
Queria dar um exemplo de factos estranhos, no ano de 1973 se não me falha a memória, em Nova Mambone na passagem de ano correu o boato que os ditos terroristas atacariam a vila de modos que todos os de bem deveriam munir-se das suas armas e ficarem de prevenção. Mas um funcionário da Administração, Aspirante, quando solicitou uma arma foi-lhe negada por ser negro. O resultado, principalmente entre os mais novos reinou a desconfiança que o Sr. ... era também terrorista. Não nos era dada qualquer explicação pela descriminação, inclusive assisti conversa de alguns mais velhos onde se referiam ao dito que seria um infiltrado já que ocupava um bom cargo para os da sua raça. Mas o homem afinal queria cumprir com a sua obrigação na era, pois se não se manifestasse, seria considerado marginal, mas manifestando-se e perante a recusa, o sentimento foi idêntico. Não aconteceu nada, dias depois foi preso um indivíduo que estava de passagem por aquelas bandas mas como falava muitíssimo bem a língua de Camões suscitou a suspeita que seria ele o tal. Foi espancado pelo Administrador local num interrogatório e viu a dose reforçada com a chegada de Agentes da PIDE que o levaram nunca se soube para onde nem quem seria tal personagem. Mas ficou-nos na memória que um da Frelimo (seria???) tinha passado pela aquela pacata vila.
Um abraço.
JTavares

Alô Salimo
Não vou fazer qualquer comentário a tua resposta. Aliás, não é de mim querer forçar a razão, gosto de analisar incondicionalmente todos os itens para concluir o meu raciocínio.
Copio apenas esta linha
Que outras provas queres? Que sejam pessoas da raça negra a relatar o que essas pessoas viram? - Era o que faltava...
O que dizer com tudo isto? Eu acredito no Branco, no Preto, no Amarelo, no Castanho, no Cristão, no Muçulmano, no Hindú, no Budista....Não me compete desacreditar alguém pela sua raça ou religião.
Um abraço.
Julinho

Importante este testemunho para a memória de todos!
Isabel

Obrigado.
A história ainda está por contar....
Armando Cró

Caro Fernando
Me lembro de que em Moçambique quando líamos algo do Gungunhana ficávamos de pelo arrepiado só de pensar que esse "monstro" havia existido. Hoje em Moçambique, ele é um dos primeiros heróis nacionais... uma espécie de Viriato na Historia Lusitana. Que os Romanos certamente registaram na sua História com outro carácter que nós não aprenderemos nunca.
Mas tens toda a razão em dizer:"Assim se escreve a HISTÓRIA!"
A História realmente tem sempre os seus parênteses, parágrafos e travessões... usados ao gosto do Historiador (ou poder governante) E ela sempre será incompleta porque eh escrita sempre por ópticas ou pontos de vista diferentes. A omissão de informações, sejam elas por motivos políticos ou outros quaisquer, faz com que ela jamais seja completa. Por isso é bom sempre verificá-la de acordo com os escritos de todos os lados envolvidos, e no final se tirar a prova dos nove. E mesmo assim, jamais teremos a História de facto na mão. Pois o leitor também faz a sua própria interpretação.
Mas acho extremamente interessante e envolvente o tema Historia, porque nós somos parte dele. Pena que conhecer a Historia, não significa aprender com o passado. O facto do estudo do passado da Humanidade ajudar a entender certas situações actuais, continuamos a não aprender com a História, e de ciclos em ciclos repetimos exactamente o mesmo erro.
Aliás isso fazemos na nossa vidinha diária não eh? Interpretamos o nosso passado de acordo com o nosso gosto e fazemos batota na hora de fazer a prova dos nove...
Mas nem por isso deveremos deixar de dizer, e VIVA A HISTÓRIA!
Abraços
António

Eu ainda v

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Replying to:

4ª Parte

A Criança que, então tinha 8 anos, hoje é homem. E sua Mãe está viva. Mas haverão ainda mais testemunhas presenciais, inclusive no local. Eu ouvi-as e já sabia que tinha sido assim. Mas não estava lá na altura do ataque. Não o disse antes porque não estava lá.
Aliás toda esta HISTÓRIA é muito recente e ainda com muitas testemunhas vivas. Pois uma coisa é a apreciação, antecedentes, consequências, etc, e outra são factos.
Naquele tempo não havia internet...
Um abraço
Fernando Gil

Obrigado pelo esclarecimento Fernando Gil,
Agora sei que a citação foi de um senhor Chamado To Alves. Eu prefiro que as coisas sejam claras quando se trata de factos históricos.

1. O Tó Alves deve ser Português ou descendente de portugueses. Tinha 8 anos, ouviu apenas 2 rajadas de
metralhadoras....diz que ninguém morreu....
2. Eduardo Mondlane diz que não foi Pearl Harbour...mas serviu para mostrar que a frelimo podia fazer algo...
3. Alberto Chipande, Moçambicano, que era o chefe do pelotão, deu o primeiro tiro e disse que morreram 6 Portugueses
Acho que temos de alterar o conteúdo da História de Moçambique e Tó Alves deve ser citado nos livros de história.
Sobre o massacre de Mueda, mesmo que fossem 10 MOÇAMBICANOS mortos, não deixaria de ser um massacre para um povo explorado e colonizado na sua própria terra.
Fico muito desapontado quando essas declarações referem-se a "APENAS 14" pessoas. Se alguém da nossa família estivesse lá nunca iríamos admitir o termo APENAS porque independentemente do número de pessoas, eram Moçambicanos a lutarem por uma causa justa.
Vou recordar-lhe um facto actual que talvez possa fazê-lo reflectir melhor sobre os factos históricos e a veracidade dos mesmos em relação aos intervenientes.
Os EUA ocuparam o Iraque, mas se vc for a acompanhar as informações dos maiores órgãos de comunicação do mundo vai notar que eles (Os EUA) não revelam o número exacto de Americanos mortos no Iraque. Sempre têm uma tendência de diminuir o número para mostrar uma imagem "positiva" do seu desempenho.
Possivelmente em Moçambique tenham existido outros massacres, mas o massacre de Mueda marcou os Moçambicanos e ficou na História. Mesmo que fossem realmente 14 pessoas, o massacre ficou na História e foi testemunhado. Agora, se alguém quiser alterar ou acrescentar dados a História de Moçambique, que traga argumentos suficientes para convencer a uma nação inteira.
Sinceramente, não acredite que algum Português possa alterar a História de Moçambique principalmente no que se refere ao período colonial. Seria o mesmo que um Nazi vir a público dizer que Hitler não massacrou muito como dizem.
Um abraço!!
Basílio Z. Muhate

O problema é, como diz um amigo meu: Está escrito... passou a ser verdade!
E assim, muita vez, se faz a história.
Esse "alguém" que estava no local quando se deu tal acontecimento deveria escrever ao editor e ao escritor do livro e chamar-lhe mentiroso e repondo a verdade dos factos.
Além disso divulgar a sua "verdade histórica" por todos os cantos onde encontre um referência a esse livro. Não resolve mas ajuda.
Francisco

Olá Julinho.
Olá a todos.

Creio que o meu amigo Julinho, quer fazer prevalecer, a todo o custo, o que Senhor Alberto Chipande escreveu no seu relatório, pondo em dúvida o que testemunhas oculares, ainda vivas, presenciaram, só porque uma das testemunhas tinha 8 anos. Até parece que uma criança de 8 anos, só pelo simples facto de ter 8 anos e não 88 anos, não pode relatar o que viu. Não sei ao certo que idade tinham os "Miúdos" que presenciaram a Nossa Senhora de Fátima mas, depois de aturadas investigações, chegou-se à conclusão de que eram credíveis. A verdade é tão verdade se relatada por uma criança de 8 anos como quando relatada por alguém mais crescido. Se calhar o tal miúdo de 8 anos deixou de ser credível porque não é seguramente de raça negra. Se é por uma questão de raças, então estamos conversados! Não alinho em racismos.
E porque é que as testemunhas oculares haveriam de confundir as datas ou, como dizes, "situações diferentes"? Só porque elas, as testemunhas, tiveram a coragem de denunciar uma mentira?
Já agora, tu que dizes conhecer o Senhor Alberto Chipande ao ponto de acreditares nele, podes prestar um enorme SERVIÇO ao martirizado Povo Moçambicano e à sua História. E é muito simples. Basta perguntares ao Senhor em quem acreditas, os nomes das pessoas que ele diz ter abatido, no tal ataque do dia 25 de Setembro de 1964 às 21 Horas. De certeza que ele não se deve ter esquecido desse dia tão importante que passou a ser histórico. Em circunstâncias idênticas ninguém nem mesmo tu, se for verdade, se esqueceria dos nomes das pessoas abatidas.
Vou copiar e colar o teu texto para nos ajudares a compreender o que queres dizer: "...mas seria justo que até prova ao contrário, os factos descritos no livro sejam considerados verídicos." . Se bem leio, dizes que até prova em contrário... Mas caro a

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Replying to:

3ª Parte

Caro amigo
Todos os que andávamos em Cabo Delgado desde esses anos sabíamos que era assim.
Aliás recorda-se do que está escrito sobre o chamado "massacre de Moeda"?
Foram centenas de mortes, feitas pela tropa:
O próprio departamento de História da Universidade Eduardo Mondlane já há vários anos publicou um estudo que foram apenas14 pessoas. Ainda estão vivos Moçambicanos e Portugueses que lá estiveram.
Confira em
http://www.macua.com/Quantos_Morreram_em_Mueda.htm
Sendo sempre de lamentar quaisquer eventos destes, suponho ser importante que a VERDADE seja dita, para bem de todos, especialmente os que amam Moçambique.
Em relação a este facto, transcrevo:
-"Estimado Fernando Gil,
Nos não nos conhecemos pessoalmente, mas eu lembro-me de si quando era miúdo de Pto. Amélia. Eu sou irmão da Herondina (cunhado do falecido Guilhermino).
Pode publicar a minha mensagem sobre o 25 de Setembro de 1964.
Um abraço.
To Alves"
Um abraço e Viva Moçambique!
Fernando Gil

Meu caro Sr. Fernando Gil,
A HISTÓRIA nunca foi e nunca será o relato comprovado dos intervenientes nos factos. Será sempre a história que se deseja passar para a HISTÓRIA.
Este é apenas mais um caso. Não acontece unicamente em Moçambique.
A memória de um POVO, segundo os entendidos, é de apenas de DUZENTOS ANOS, ou seja, o tempo da transposição oral dos relatos dos factos da geração anterior para a geração actual.
Ainda bem que a criança de 8 anos, naquela altura no Chai, a norte de Macomia, ainda tinha o hábito de escutar sua mãe e desfrutar da transposição oral comprovada dos acontecimentos vividos pela mesma há 39 anos num dia 25 de Setembro.
(Nessa altura vivia eu em Moçambique...)
Mas... e na HISTÓRIA... o que perdurará é aquilo que se pretendeu registar.
Abraço do
Ernesto Veloso.


História de povos que se cruzaram. História em que fomos intervenientes, meninas que éramos, brincando, vivendo as despreocupações de uma infância feliz. Depois... depois... olhámos em volta, conscientes e vimos o moleque com a nossa precisa idade trabalhando, de olhos humildes postos no chão e percebemos tudo. Percebemos que não tínhamos o direito de ser tão inteiramente felizes enquanto não nos déssemos as mãos e fôssemos iguais.
O direito de o povo moçambicano escolher o seu caminho na História foi justo e era inevitável. Estive com eles, chorei com eles. Agora, resta-lhes encontrar a via certa... e, tão díficil que é, bem o sabemos... Portugal, do alto dos seus 800 anos de independência continua a procurá-la, não é? E há trabalho infantil e há maus tratos e há pedofilia e há pobreza e há corrupção e há... escreveria folhas sem fim, não era?
Beijinhos
Clara

Caro senhor Fernando Gil,
Foi interessante ler as duas passadas sobre o que se passou no Chai no dia 25 de Setembro de 1964. Obviamente um ataque a um posto administrativo não foi um acto de bravura. Não me admiro ver que a versão da Frelimo apresentada pelo malogrado Iain Christie que morreu de cancro alguns anos atrás e hoje contestada. Iain Christie, um propagandista da Frelimo, não fez investigações sobre este assunto; só escreveu o que a Frelimo disse.
A versão da história de Moçambique apresentada pela Frelimo é muito deturpada e em muitos casos baseia-se na ideologia. Veja que desenfreadamente, a Frelimo falou da capitulação das forcas armadas portuguesas em Moçambique ao malogrado comandante Marcos Mabote - um facto que todos nos sabemos não aconteceu. O conflito militar em Moçambique entre
Portugal e a Frelimo terminou com negociações e o dito Acordo de Lusaka (uma fantochada do Mário Soares e das autoridades revolucionarias da Esquerda portuguesa para entregar o poder em Moçambique aos seus companheiros ideólogos da Frelimo.)
Alguns de nos que conhecemos a Frelimo melhor o resto das pessoas, os dirigentes daquela organização são mestres de mentiras e deturpações.
Francisco Moisés

Meu caro amigo
Gostei de ler as duas versões, e a propósito lembrei-me que na mesma região, nós, os alemães e os ingleses tínhamos várias versões, algumas muito diferentes, para os mesmos episódios ( veja-se a Guerra 1914 - 1918, norte de Moçambique - ) Acontece aos que têm histórias comuns, como nas famílias. Diz a regra que será preciso passarem pelo menos 50 anos após determinada época, para se poder fazer História, e sê-lo por pessoas credenciadas e que não tenham sido intervenientes. Por isso é que também determinados arquivos só podem ser consultados após 50 anos de se terem arquivado, da morte ou do fim de determinado período. Estas 2 versões e outras irão servir para se aproximar mais da verdade, e já têm a vantagem de serem dos dois lados. Um abraço João Pessoa de Amorim

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Replying to:

2ª Parte

Pois foi.........
O início de uma longa e dolorosa luta para ambos os lados. Hoje, todos, e creio que sem excepção, compreendem a necessidade e o direito dos moçambicanos terem lutado pela libertação do seu país de um regime que a todos nos prejudicou, independentemente de muitas coisas boas que algumas pessoas possam achar, vividas ou edificadas naqueles tempos. Ninguém, creio, põe isso em questão.
Esta história é a Vida ...
É e foi a nossa História e também a história pessoal de cada um de nós...
Mas, também é e foi a História dos moçambicanos e a história pessoal de cada um deles....
Se formos capazes de compreender o ângulo de visão de cada um, a perspectiva pessoal, com genuíno desejo de compreensão, veremos que a dor das perdas é muito semelhante em todos os homens e torna-se mais fácil aceitar a nossa própria mágoa à luz de uma visão ampla dos acontecimentos históricos....

"Onde estais lugares da minha infância que nunca mais os vi e pisei?
Hoje tive um desgosto e apetece-me refugiar nas memórias do meu passado...
Iria, sim......iria à Alfredo Keil e subiria o muro ao fundo, na rua e espreitaria o quintal do chancudas e roubaria uma....não,... duas ou três mangas...Comê-las-ia devagar, sentada no muro, lembrando as nossas brincadeiras ...."Não vale!!! Batoteiro !! ..........coito!!!!!!.........Fogo à barra no lenço !!!!! " Aí vai alhooooooo"
"-Xiiiiiii a mãe do Vitinho vai lhe bater!!! já perdeu as sandálias outra vez......."
Oh Tucha!!! ( o Tuchinha já não está entre nós....)...eheheh vais dar cabo da miúda hihihihihihihhi....( o Tucha era gordo...)
Iria pela Augusto de Castilho abaixo, até à Baixa e seguiria até aos Criadores de Gado para tomar um chocoleite........será que ainda existem!? Chocoleite e torradinhas que as dos Criadores eram uma delícia! Sempre pedia isso à minha mãe, ou ao meu pai.....huuummmmmmmmmmm.....Apanhava o machimbombo e iria.....ao Alto Maé, ou à Costa do Sol ? Sei lá ...vagabundearia por aquela minha cidade e iria ver o Hotel Universo , na esquina da Pinheiro Chagas com a.......não me lembro!! Entraria no átrio do Hotel e relembraria minha avó saudosa, grande fazedora das melhores aletrias que comi e de carne assada com que nos banqueteava, quando nos seus dias de folga do Hotel ía passa-los a nossa casa.....nesse dia havia jelly de todas as cores , aletria e arroz doce e aqueles mimos que só as avós sabem dar.........." Vai lá , minha menina!1-dizia-"Vai lá à Pigalle comprar oito arrufadas, vai" Saíamos disparados já a imaginá-las quentinhas , cheias de açúcar por cima....na volta o chá à espera..."

Quem foi que me tirou isto!? Esta possibilidade de poder ir ali àqueles lugares? Já, amanhã!?

Ninguém........ é a História.......a História dos povos , das nações e....... se sobre a História dos povos e das nações pouco poder temos de a escrever a nosso contento ,sobre a nossa história pessoal podemos dizer que as escolhas são sempre nossas, porque nos pertence sempre escolher face ao imposto. Mas a escolha é nossa!! Saibamos conviver com as escolhas a que fomos "obrigados". Amén e beijos...........estou cheia de sono......
Bató

Caro Sr. Fernando Gil:
Saúde da boa; fico bem e li a sua mensagem.
Diga-me algo sobre si: Quem é e o que tem a ver com estas coisas de MOÇAMBIQUE.
Como chegou ao meu endereço e por que me enviou isto.
De certo não sabe, por isso lhe digo: Tenho sempre muito interesse em tudo o que se relaciona com a minha terra, mas... o eterno mas..., quando não há remédio, remediado está e mais, tudo isto para mim não só é triste, como pior ainda: é traumatizante.
Um abraço,
Novais

Caro Fernando Gil
A sua mensagem é muito boa e faz-nos recordar momentos históricos que marcaram o percurso de Moçambique, mas quero discordar com a última citação:
Entretanto, alguém (que conheço e identifico) que estava no Chai, nessa mesma altura, escreve ...)
--> Tudo o que vem escrito depois deste início perdeu a sua qualidade histórica porque esse ALGUEM, que estava no Chai, não foi identificado. A História não se faz de anonimatos. Nenhum anónimo ficou na História.
Agradecia que o Fernando Gil identificasse esse ALGUEM para podermos fazer história pois esse ALGUEM dá-nos informações diferentes dos intervenientes directos identificados.
Não a especulação!!!
Um abraço!!
Basílio Muhate

Amigo Fernando Gil
REALMENTE A HISTÓRIA É UMA COISA MUITO COMPLICADA! Melhor seria que não existissem testemunhas
para que a "verdade histórica" não fosse beliscada! A comemoração da independência assenta numa mentira! Boa maneira
de começar.
Não sabia desta falsidade histórica e estava convencido que o dia 25 era o dia do ataque. Afinal foi um ataquezito!
Obrigado pela informação.
Raul Ferrão

Sinto orgulho de "conhecer" pessoas assim.
Um abraço. Parabéns pelo desmentido. Sinto orgulho de "conhecer" pessoas assim.
Um abraço,
Delfina

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Replying to:

MACUA DE MOÇAMBIQUE

25 DE SETEMBRO DE 1964

CHAI – CABO DELGADO - MOÇAMBIQUE


RESUMO DE INTERVENÇÕES EM VÁRIOS SITES DA NET
Do início, para agora…
1ª Parte

Nota: Sendo este documento extenso, aconselho a sua impressão.

No livro SAMORA, UMA BIOGRAFIA, de Iain Christie, pode ler-se a pág. 63:

"A campanha começou com ataques de guerrilha na província de Cabo Delgado. A acção mais celebrada foi dirigida contra um posto administrativo português na vila do Chai. Vários ataques foram realizados nessa mesma altura, mas o único caso devidamente relatado foi a operação contra o Chai. Todas as provas disponíveis indicam que os primeiros tiros da guerra foram disparados no Chai.
Alberto Chipande, que conduziu uma dúzia de homens nesse ataque, escreveu no seu relatório:
O polícia veio e estacionou à porta da casa do chefe de posto, sentado numa cadeira. Era branco. Eu aproximei-me do polícia para o atacar. O meu tiro era o sinal para os outros camaradas atacarem. O ataque teve lugar às 21 horas. Quando ouviu os tiros, o chefe de posto abriu a porta e saiu — foi morto por um tiro. Para além dele seis outros portugueses foram mortos no primeiro ataque. A explicação dada pelas autoridades portuguesas foi «morte por acidente». Retirámos. No dia seguinte fomos perseguidos por algumas tropas — mas nesse momento já estávamos longe e não nos encontraram (').
Não foi exactamente Pearl Harbour. Alguns observadores estrangeiros eram visivelmente cínicos em relação às hipóteses de a Frelimo conseguir fosse o que fosse.
(1) Mondlane, Eduardo, The struggle for Mozambique, p.15"

Entretanto, alguém ( que conheço e identifico) que estava no Chai, nessa mesma altura, escreve:

"Completam-se hoje as 21:00 de Moçambique (20:00 em Portugal) 39 anos do primeiro ataque (oficial) da Frelimo e sua guerra de libertação do país. Foi no Chai, a norte de Macomia a escassos 10Kms do rio Messalo.
Tinha 8 anos, estava lá, assim como os meus pais, não morri... nem ninguém morreu de ambos os lados, e lembro-me de quase tudo. Tudo aquilo se resumiu a 2 rajadas de metralhadora (uma de cada lado).
Demorou 1 ou 2 minutos e depois foi a fuga dos atacantes.
A minha mãe lembra-se que nesse dia a tarde, andou uma pessoa desconhecida ali nas lojas no Chai e com umas ligaduras na perna ou no pé. Andou umas 2 horas a "passear-se" pela localidade. Veio-se a saber mais tarde que essa pessoa desconhecida andou a fazer o reconhecimento da zona.
A data, hoje em dia, é comemorada em Moçambique como Dia das Forças Armadas."

Assim se escreve a HISTÓRIA!

Um abraço
Fernando Gil

O que é isto?
Vimos de Aljubarrota, Ourique, Ceuta ou Tânger?
O dia das "nossas" Forças Armadas (??????????) é um dia de nevoeiro em Alcácer-Quibir?
Afinal há respeito ou não pela história? Ou serão estórias?
ai, ai, ai, ai.

Alô malta.

Este artigo é oportuníssimo!

A mim não me surpreende nada, absolutamente nada. Aliás, não surpreende a ninguém, sobretudo a quem esteve a prestar serviço militar nas zonas de guerra ou guerrilha, como lhe queiram chamar. Por acaso estive na zona de Macomia, Salima, Muaguide, etc., etc., junto à Serra Mapé, quando fui militar. Fui operacional e sei do que falo, fazia em média 3 operações por mês e várias picagens ( detectação de minas) por mês. (Por pura coincidência, no próximo dia 04 vai haver, em Évora, um encontro dos militares que estiveram em Muaguide). A Frelimo, militarmente, não era grande coisa, não fossem as minas.... Sempre o disse, desde quando era militar naquela zona, que se os "papéis" fossem diferentes, se fosse a tropa Portuguesa a praticar a guerra de guerrilha e a Frelimo a defender o território, a tropa Portuguesa tinha "goleado humilhantemente" a Frelimo. A Frelimo, militarmente, tendo em conta os apoios dos Russos e Chineses (incluindo homens e mulheres no território) e a boa qualidade de equipamento militar que possuía, além de conhecerem muitíssimo melhor o "terreno que pisavam" e da habituação do clima, tinha por obrigação de ter feito muito mais do que fez. A meu ver, respeitando opinião contrária, a Frelimo como força militar era um ZERO. Não havia militar que se aproveitasse, a começar pelos generais da Frelimo e a acabar nos guerrilheiros.
Se em 1964 no tal ataque que a Frelimo diz ter morto "meio-mundo" e que afinal, segundo o relato de quem lá esteve, mesmo que com a idade de 8 anos, não morreu ninguém e que só houve uma rajada e a fuga, em 1973 a guerra de guerrilha da Frelimo continuava a ser a mesma, ou seja, disparar e fugir com a arma virada para trás e "Fé em Deus". A táctica era simples e única : disparar e fugir a correr, com a arma virada para trás, e parar só quando o sol se punha.
Com o passar do tempo a História vai-se refazer. As verdades hão-de aparecer ao de cimo. A propaganda não se pode sobrepor eternamente à verdade dos factos.
É só uma questão de tempo.

Beijinhos e abraços
Salimo

Country Portugal

Re: Re: Re: Re: Re: Re: 25 de Setembro de 1964 - CHAI - CABO DELGADO - MOÇAMBIQUE

A todos o meu abraço
quis o destino que que este alentejano tambem passa-se essas datas por ai
o meu apreço pelo que aqui se escreve sobre mç e em especial cabo delgado eu tambem tive o meu 25 de setembro
sempre achei bom se falar sobre
continuem

Country brasil

Re: Re: Re: Re: Re: 25 de Setembro de 1964 - CHAI - CABO DELGADO - MOÇAMBIQUE

Registei com interesse o depoimento do Fernando Gil sobre Macomia. Tenho estado a investigar a história da FRELIMO há varios anos. A versao Chipande, citada atraves de Ian Christie, veio publicada em varias outras publicações. Os factos contados por Chipande são corroborados por testemunhos orais recolhidos na zona do Chai.
Ian Christie, quaisquer as opiniões expressas pelos comentaristas, era ´simpatizante´da FRELIMO mas tentava verificar os factos que usava nos seus textos....Acho que os comentarios à probidade e seriedade do Ian Christie são um pouco descabidos. O libro que Gil menciona tem muitas críticas a serem feitas...
Estou em viagem e portanto longe das minhas notas e arquivos. Quando voltar a casa trerei acesso aos dados e penso que podiamos voltar a discussao...
Mas acho importante a contribuição de Gil e de todos os outros... A história rescreve-se..Não há uma historia..Há várias histórias...E nós os historiadores registamos as que temos na mao com os dados que temos...
y

Country mozambique

Re: 25 de Setembro de 1964 - CHAI - CABO DELGADO - MOÇAMBIQUE

Salimo, que é feito de ti? Falhaste Évora!.....

João Pessoa de Amorim: Os GE que o Sr. coordenou não eram integrados por 60 homens, mas por 90. (pelo menos o 201).....

Um abraço aos dois.

Country Portugal